No Brasil estão disponíveis duas vacinas: a produzida por Bio-Manguinhos – Fiocruz, utilizada pela rede pública, e a produzida pela Sanofi Pasteur, utilizada pelos serviços privados de vacinação e eventualmente pela rede pública. Ambas são elaboradas a partir de vírus vivo atenuado, cultivado em ovo de galinha. A vacina de Biomanguinhos apresenta em sua formulação gelatina bovina, eritromicina, canamicina, cloridrato de L-histidina, L-alanina, cloreto de sódio e água para injeção. Já a da Sanofi Pasteur contém: lactose, sorbitol, cloridrato de L-histidina, L-alanina e solução salina. As duas têm perfis de segurança e eficácia semelhantes, estimados em mais de 95% para maiores de 2 anos. É importante ressaltar que os estudos para o uso de doses fracionadas, recomendado apenas durante campanhas do Ministério da Saúde, em localidades e períodos bem definidos, foram realizados apenas com a vacina de Bio-Manguinhos. Não há, portanto, autorização para a administração de doses fracionadas da vacina da Sanofi Pasteur. |
A febre amarela é uma doença viral potencialmente grave. A maior parte dos infectados apresenta poucos ou nenhum sintoma, mas transmite a doença caso seja picado por um mosquito e esse mosquito pique outra pessoa. Entre os que adoecem, a enfermidade pode ser muito severa, com letalidade que varia de 30 a 60%. As primeiras manifestações são súbitas, com febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. Após um breve período de bem estar (dois dias), o quadro pode melhorar ou evoluir para a forma mais grave, marcada por insuficiências hepática e renail, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intensa. Os indivíduos que se recuperam adquirem imunidade permanente. |
Pessoas a partir de 9 meses de idade. |
Crianças abaixo de 6 meses de idade. Indivíduos infectados pelo HIV, sintomáticos e com imunossupressão grave comprovada por exame de laboratório. Pessoas com imunodepressão grave por doença ou uso de medicação. Pacientes que tenham apresentado doença neurológica desmielinizante no período de seis semanas após a aplicação de dose anterior da vacina. Gestantes, salvo em situações de alto risco de infecção, o que deve ser avaliado pelo médico; Mulheres amamentando bebês com até 6 meses. Se a vacinação não puder ser evitada, suspender o aleitamento materno por 10 dias. Procure o pediatra para mais orientações. Pacientes submetidos a transplante de órgãos. Pacientes com câncer. Pessoas com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina ou outras). Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica). Em princípio há contraindicação para gestantes, mas a administração deve ser analisada de acordo com o grau de risco, por exemplo, na vigência de surtosrianças abaixo de 6 meses de idade. |
A rede privada trabalha dose única, não sendo praticado o fracionamento da e a vacina da rede privada possui um menor número de ingredientes da formulação. A vacina de Biomanguinhos apresenta em sua formulação gelatina bovina, eritromicina, canamicina, cloridrato de L-histidina, L-alanina, cloreto de sódio e água para injeção. Já a da Sanofi Pasteur,da rede privada, contém: lactose, sorbitol, cloridrato de L-histidina, L-alanina e solução salina. |
Subcutânea. |
Rotina: Crianças até 4 anos: duas doses, aos 9 meses e aos 4 anos. Acima de 4 anos: Não há consenso sobre a duração da proteção conferida pela vacina. De acordo com o risco epidemiológico, uma segunda dose pode ser considerada pela possibilidade de falha vacinal.
Exigência de vacinação para viajantes Como o Brasil é considerado endêmico para a febre amarela, alguns países só permitem a entrada de viajantes brasileiros que apresentem o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP) com registro de dose aplicada no mínimo 10 dias antes da viagem. A dose fracionada não é válida para esse fim. Para obter o documento é necessário procurar os serviços públicos ou privados habilitados ou acessar o site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para emissão online. Mais informações em https://www.gov.br/pt-br/servicos/obter-o-certificado-internacional-de-vacinacao-e-profilaxia ou por meio do telefone 0800-642-9782. Quando há contraindição para a vacinação, o médico(a) poderá emitir o certificado de isenção da vacinação contra febre amarela com a justificativa da isenção. |
Não são necessários cuidados especiais antes da vacinação. Em caso de febre recomenda-se adiar a vacinação até a melhora. Para crianças até 2 anos de idade, não aplicar simultaneamente com a vacina tríplice viral e aguardar intervalo mínimo de 30 dias entre as duas vacinas. Qualquer sintoma grave e/ou inesperado após a vacinação deve ser notificado ao serviço que a realizou. Todo e qualquer evento adverso grave e/ou inesperado deve ser notificado às autoridades de Saúde. |
Manifestações gerais, como febre, dor de cabeça e muscular são os eventos mais frequentes e acontecem em cerca de 4% dos que são vacinados na primeira vez e menos de 2% nas segundas doses. Manifestações locais como dor na área de aplicação ocorrem em 4% dos adultos vacinados e um pouco menos em crianças pequenas. A dor dura um ou dois dias, na forma leve ou moderada. Reações alérgicas como erupções na pele, urticária e asma acontecem com frequência de um caso para 130 mil a 250 mil vacinados. Apesar de muito raros, podem acontecer eventos graves: reações alérgicas, doença neurológica (encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do sistema nervoso central e periférico) e doença em órgãos (infecção pelo vírus vacinal causando danos semelhantes aos da doença). No Brasil, entre 2007 e 2012, a ocorrência destes eventos graves foi de 0,42 caso por cem mil vacinados. Entre 1999 e 2009, ocorreu anafilaxia na proporção de 0,023 caso para cem mil doses aplicadas. Entre 2007 e 2012, aconteceram 116 casos (0,2 caso em cem mil vacinados) de doença neurológica, principalmente quando se tratava de primeira dose e em idosos. Já a doença nos órgãos, chamada “viscerotrópica”, neste mesmo período, ocorreu em 21 pessoas (0,04 caso em cem mil vacinados). |
*As informações contidas nesse site são de caráter informativo e não substitui de forma alguma uma consulta médica. O conteúdo deste site não deve ser utilizado para autotratamento, autodiagnóstico nem automedição. Em caso de dúvidas, consulte sempre o seu médico.
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